O Globo | Risco de Homens desenvolverem câncer após sexo oral

Homens têm dobro de risco de desenvolver câncer após sexo oral
(Entre as mulheres, infecção não aumenta conforme o número de parceiros)

POR O GLOBO
15/02/2016 14:21 / atualizado 15/02/2016 14:25

RIO — Os homens têm o dobro de possibilidade das mulheres de desenvolver câncer de garganta e de boca devido à infecção por papilomavírus humano (HPV) ocorrida durante o sexo oral. A informação foi divulgada no encontro anual da Associação Americana para Avanços na Ciência (AAS), que aconteceu nos Estados Unidos durante o fim de semana.

Na maior parte dos países ocidentais, quase dois em cada três casos de câncer na garganta ou na boca são provocados por uma infecção do HPV 16. E a frequência aumentou nos últimos anos — explica Gypsyamber D’Souza, epidemiologista à frente da pesquisa, que mostra que a prática do sexo oral faz com que esse tipo de câncer afete muito mais aos homens, sobretudo os brancos de meia idade. Outro dado do estudo é quanto ao número de parceiros sexuais, cada vez maior, e à idade, cada vez mais precoce.

— Nosso estudo mostra que, nos homens, o risco de uma infecção pelo HPV cresce conforme aumenta o número de parceiras com quem eles têm sexo oral — afirma D'Souza, que também é professor de Epidemiologia na Universidade Johns Hopkins, em Baltimore.

Entre as mulheres, ao contrário, o número de parceiros não parece aumentar o risco de contrair a doença. E mesmo com a igual quantidade de relações que elas, os homens continuam tendo maior risco de infecção.

— O estudo determinou que as mulheres que têm mais relações sexuais vaginais têm menor risco de infecção por HPV. Isso sugere que a primeira exposição vaginal ao HPV confere uma proteção maior a elas ao detonar uma resposta imunológica forte — deduz D'Souza.

O HPV não causa diretamente mutações responsáveis por tumores. O vírus pode provocar mudanças nas células que infectam a garganta e o colo do útero, transformando-se em um câncer.

O sexo oral aumenta o risco de câncer na garganta e na boca em cerca de 22%, segundo um estudo publicado em janeiro pelo “Journal of the American Medical Association”. Esse tipo de câncer aumentou 225% em 20 anos.

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